Vamos lá estrear este tópico p´ra ver se aparecem mais algumas.
Esta vem a talhe de foice a propósito do tópico: Debates-uma polémica canina- cães puros ou cruzados, que me fez recordar esta passagem e a opinião que escrevi acerca.
Vou contá-la na 2ª pessoa, pois não estava presente nessa caçada, mas é de "fontes fidedignas", ainda para mais com o seu desfecho. Vou, também, tentar não ultrapassar os tais 20% a que o nosso confrade Banzé faz alusão acerca dos caçadores, pescadores e outros.... :)
Já lá vão uns bons 25 anos. Naqueles tempos em que a malta se metia dentro do carro e, por vezes, só se decidia o destino dentro do mesmo, desde que fosse em direção a Trás- os -Montes.
Destino: Castelo Melhor. Que saudades, meus amigos. Aquilo era (é) terreno daquele que até parece que a caça salta debaixo de qualquer pedra. Perdizes, lebres, coelhos, codornizes e até galinholas lá caçamos. Muito suor lá deixei. Tanto do lado do Côa como do Douro. Aquilo foi para regime especial (ZCA) há talvez uns 6 anos e nós deixamos de lá caçar desde então porque a joia e as quotas eram um verdadeiro exagero, enfim, aquilo que muita gente sabe. Posteriormente ouvi uns histórias acerca do desenvolvimento daquilo e não me surpreendeu muito. Mas isso agora não interessa nada. Vamos ao que interessa, e ao que me trouxe aqui:
Os meus companheiros de equipa lá foram até lá. Um Outubro daqueles em dá para tostar.
Lá para o fim da manhã, já cães e caçadores com alguns kms. nas pernas, depois de terem batido os altos e irem em direção á funda (era sempre assim que faziamos a volta) eis que se levanta uma vermelhuda. Um deles atira-lhe e só lhe consegue pegar com o 2º tiro e já um bocadinho larga. A perdiz enrola e cai dobrando um pequeno cabeço impossibilitando-o de ver onde cai.
Os cães, já tinham mais pó nas ventas que eles nas botas, mas há que os incitar e ir em busca da dita por cálculo. Eles lá foram. Sobe monte, desce monte, snifa daqui e dali mas, "niqles", nem rasto.
Eles, entretanto, começaram também a dirigir-se para onde suponham que a perdiz tivesse caído e começaram, eles próprios, a procurar vestígios de, pelo menos, o tombo. Nada. Bom, não há tombo, caiu de asa. Vocês sabem o que acontece quando uma danadinha destas cai de asa não é? Põe-se a milhas enquanto o diabo diz ovos. Já a desanimar, pois os cães já começavam a demonstrar desinteresse, começaram a alargar um pouco mais a área de busca, mas já com poucas espectativas, pois consideravam que já se estavam a afastar demais do sítio que achavam provável que ela tivesse caído, com o tempo seco e tanto calor, o pouco rasto que ela podesse ter deixado já se estava a diluir no tempo, pois já andavam nisto há um pedaço.
Foi então que repararam num "velhote", caçador da terra, que estava um pouco mais abaixo, em cima duma fraga atento a um giestal mais denso onde, supostamente, andariam os seus cães ao coelho.
Cumprimentaram-no e (lá teve que ser) perguntaram-lhe se não tinha visto a perdiz a que eles tinham atirado.
Ele. Que não, senhores. Estava ali atento ao seu cão (repararam? cão-singular) pois sabia andar por ali um coelho e que só tinha ouvido os tiros.
Depois veio a pergunta da ordem :oops: ( o que vale é que eu não estava lá): então os vossos cães não dão com a perdiz?! (que gozo) olhando de soslaio para os Pointer.
Não, é do calor e tal... não lhe apanham rasto.
Se vocês quiserem eu mando lá o meu "toyota"...
??????????????' :face:
O seu "toyota"?
Sim, o meu cão.
O que é que eles haviam de dizer? Pois. Toda a ajuda é bem vinda, obrigado.
E lá chama ele o "toyota". Lá veio o jeco.
Bem, segundo eles me disseram, nunca tal aparelharam. Raça:??????????? Pinta: um rotundo zero. Depois, como a maioria das vezes naquela época, agora nem tanto, muito mal tratado. Parecia que tinha sido desenterrado o desgraçado do canito.
E lá vai a ordem: "toyota" vai buscar. Aponta-lhe para onde os meus amigos lhe tinham dito que pensavam ser o mais ou menos o sítio onde a perdiz caíra.
Ele não se fez rogado. Dizem eles que parecia uma seta, o esqueleto ambulante, na direção dada.
Meia dúzia de snifadelas com o nariz no chão, dois ou três cortes acima e abaixo e aí vai ele monte acima. Foi direitinho a um muro de xisto umas dezenas de metros acima. Os meus amigos ao verem o canito seguir naquela direção (mais do que improvável para eles) já estavam preparados para deixar uma perdiz no monte.
Pois é, só que o desenterrado sabia perfeitamente o que estava a fazer. Dizem eles que só ouviram um latido e logo a seguir um chio.
E o "velhote": prontos, já está.
E estava. Lá vinha o desenterrado com a perdiz nas beiças.
Os meus amigos perderam literalmente o pio. Diacho do "toyota".
O que vale é que eu não estava lá :oops: :oops: :oops: