setter

tenho um breton com 9 meses com algum treino na paragem e no cobro, levei o ao campo de treino pela primeira vez e receou um pouco os tiros. que devo fazer? gostaria que me dessem opiniões uma vez que tenho pouca experiencia com cães de parar. ofereceram me uma setter cachorra com 2 meses em troca do breton, será que mais vale apostar na cachorra?

Receou um pouco como?
Foi a 1ª vez que ouviu tiros? Não sabendo as condicionantes não vamos inventar. É normal nos primeiros tiros os cães mostrarem algum receio acabando por desaparecer no acto de caça, isto em casos normais.
No que toca à raça em questão posso-lhe garantir que são diferentes. Aguarde por outras opiniões. Nunca tive setter. Tenho um breton e mesmo dentro dos bretons há diferenças. Tem que avaliar para que género de caça o pretende e depois há sempre aquele gosto fisionómico.
Há por aqui gente experiente que o vai ajudar na escolha.
Sorte com ele ou eles.

Podia explicar melhor qual foi a reacção que o cão manifestou ao tiro, porque assim é difícil opinar.
Foi a primeira vez que ouviu tiros?
A quantos metros estava o cão quando os tiros foram dados?
Quantos foram dados seguidos?
O cão fugiu no sentido contrário?
Ficou imóvel?

Pelo que li penso que não é medo de tiros mas sim um primeiro impacto de barulho estranho atemorizou-se e isso passa rápidamente, até porque quando um cão tem medo ao tiro ao ouvi-lo desaparece. Eu tenho 1 E. Breton e 1 Setter Inglês e na minha modesta opinião gosto mais da Setter embora o EB seja um polivalente. Para mim na caça à pena o SETTER é o cão de eleição.

desde já obrigado pelas respostas...eu e o meu colega soltámos umas codornizes no campo de treino, depois fomos buscar o meu cão, o breton, ele até começou muito bem, assim que sentiu o cheiro da primeira codorniz ficou todo alegre e iniciou a busca fazendo uma pequena paragem mesmo em cima dela. quando a codorniz levantou o cão correu atrás dela e foram dados 2 tiros, felizmente para ela o atirador falhou .....o cão fez dois reparos nos dois tiros... a partir daí já não foi o mesmo. não fugiu mas ficou especado, nas proximas codornizes quando se disparava ele fugia uns 20 metros de nós e parava ficando especado, eu ia ter com ele e fazia lhe festas até ao ponto de ver que não tava a adiantar de nada e que cada vez tava mais desconfiado, foi então que o fui colocar no atrelado e soltámos os veteranos para tentar recuperar as restantes codornizes.
Estou mesmo com duvidas no que fazer, várias pessoas já me disseram que o setter é uma raça dotada de um excelente nariz paragens firmes e por vezes até a alguma distancia e que o seu adestramento para a caça que normalmente não é dificil, claro que cada cão é um caso...mas acho que vou mesmo apostar na cachorra setter, apesar de adorar o breton que é muito meigo brincalhão e cheio de vida.cumprimentos

eu pretendo um bom cão para caçar perdizes, um cão que se adapte bem em terrenos com alguma sujidade e também no limpo. para os coelhos tenho podengas e beagles

Se você for a andar na rua e eu aparecer por trás de si e mandar uma rajada com uma G3 o amigo não se c@ag@va todo com medo???

Pois pelo o que descreveu foi o que se passou com o seu EB...os cachorros ao longo do seu treino devem ser familiarizados com os barulhos nomeadamente disparos...º1 com o rebentamento de um balão e depois ir aumentando o grau de ruído...leva-lo a um campo de tiro ao prato etc...

A mim parece-me que esta situação pode ser colmatada...com paciencia.

No entanto desistir logo do cachorro é uma péssima opção...digo eu. Pelo menos é o que eu depreendo do que disse.

podengosecompanhia escreveu:

..mas acho que vou mesmo apostar na cachorra setter, apesar de adorar o breton que é muito meigo brincalhão e cheio de vida.cumprimentos

Na maior parte das vezes, a culpa do medo aos tiros é do..... DONO! Arrisco a dizer que 80% das vezes!
Não digo que seja o caso, porque não estando presente, é sempre especulativo fazer qualquer tipo de julgamento, mas essa é minha experiência ao longo de 30 anos com cães de caça.
Sou de opinião que os primeiros disparos devem ser feitos com um pistolete e em situação de treino com caça. Outro pormenor importante, é dar o tiro apenas depois de o cão ir em perseguição da peça e a uma distância considerável. Ir gradualmente encurtando essa distância, dia após dia. NÃO usar caçadeira nas primeiras vezes! Se há cães a que isso não diferença, outros há que reagem mal e é mais fácil prevenir do que remediar.
Por último, em relação ao seu Breton, nada está perdido e pode facilmente remediar esse problema. Um pouco de paciência, muito tacto e recriar oportunidades vão resolver isso. Comece por levar o cão ao campo e deixá-lo perseguir as codornizes à vontade (não agarrar). Leve-o três ou quatro vezes até fazer o estampido (de preferência com pistolete). Peça a um amigo que o faça afastado aí uns 50 metros. Avalie a reacção do cão e vá lentamente encurtando a distância.
Nestes casos não há uma panaceia universal. Cada caso é único e deve ser adaptado a cada indivíduo.
NÃO DESISTA DO CÃO!

Nunca devia ter dado dois tiros seguidos a um cão que nunca ouviu uma detonação, ainda mais a um breton que é um cão algo sensível, com essa idade o cão já devia estar familiarizado com detonações, e se o cão se temeu as primeiras detonações, ainda foi fazer mais?!!! Foi um grande erro, nunca o devia ter feito, fazia apenas uma detonação para ver a reacção do cão, se não demonstra-se qualquer tipo de receio aí sim poderia efectuar mais detonações, agora se mostra receio na primeira e fazem muitas mais, assim não está a tirar o medo aos tiros mas sim a meter uma fobia no cão. Se não possui pistolete, faça a denotação (mas apenas uma) com um balão já que o impacto não é tão forte, ou mesmo com uma espingarda, mas aí o cão terá que estar bem afastado para o impacto ser mais suave, faça uma detonação quando o cão andar a caçar afastado, não lhe meta caça, veja a reacção e depois comente.
Em relação à troca pela setter, se gosta da maneira de trabalhar do breton, se tem bom nariz (atenção que o cão ainda só tem 9 meses) não vejo razão pela troca, a setter ainda só tem 2 meses, e por ser setter não quer dizer que vá ser boa, isto é como tudo, à setter’s bons como maus, assim como os bretons ou qualquer outra raça de cães, ao menos esse com 9 meses já dá para ver mais ou menos o que vai ser, agora se gosta ou não é outra coisa.

Só depois de postar é que vi que o Rui Bonito disse praticamente a mesma coisa, apenas difere nos primeiros tiros dados na presença da caça, eu pessoalmente gosto de fazer a primeira detonação sem caça quando o cão esta afastado, e depois mais tarde fazer uma detonação quando o cão vai em perseguição da caça, para avaliar as duas situações.

Amigo Nélio, eu só não gosto de dar o primeiro tiro sem que o cão esteja concentrado com a caça, porque ouvir um tiro no meio do nada e estando descontraído acho mais agressivo.
Mas como eu disse, não há remédios santos. Cada caso é um caso e temos de ter o bom senso para compreender e conhecer o cão que temos em mãos.

RMBC escreveu:

Amigo Nélio, eu só não gosto de dar o primeiro tiro sem que o cão esteja concentrado com a caça, porque ouvir um tiro no meio do nada e estando descontraído acho mais agressivo.
Mas como eu disse, não há remédios santos. Cada caso é um caso e temos de ter o bom senso para compreender e conhecer o cão que temos em mãos.

Compreendo perfeitamente o que diz, mas a minha opinião é essa que anunciei acima, e vale o que vale, eu explico-lhe porque gosto de fazer uma detonação antes (a detonação que faço é com o cão bastante afastado, para o impacto ser suave, e depois progressivamente vou encurtando a distância, conforme a situação), não sei se é certo ou errado, mas é o método que tenho utilizado e até agora não tive qualquer problema. Não sei qual a reacção do cão à detonação, o cão para estar na perseguição da peça, antes tinha que estar com a emanação, ao fazer a detonação na perseguição o cão pode associar esse impacto áquela emanação. Se o cão se temer aos tiros, pode da próxima vez que apanhar essa emanação desviar-se dela, de certeza que já viu a reacção de cães quando levam um choque com a coleira quando acabam de entrar numa emanação, e sabe perfeitamente qual é a reacção deles na próxima vez que apanham essa emanação (isto é apenas um exemplo), não digo que todos os cães tem a mesma reacção, cada caso é um caso, e como tal tem que ser estudado.

Como eu disse, não há remédios santos e se se dá bem com esse método isso é que interessa.
Eu não sou profissional, mas treino todas as semanas com profissionais e é assim que eles fazem. Mas claro, como o meu amigo disse e muito bem, o que eles fazem também vale o que vale.

Não tenho muita experiencia com cães de caça à pena, mas por o que foi adquirindo como experiencia com os cães de caça ao coelho, estou a ver que há aqui boas propostas para resolver o problema ou pelo menos minimizar... Para os cães de caça ao coelho, opto por estragar uns cartuchos (dos trezentos), e faço um cartucho só para treino... basta diminuir a carga... primeiro para menos de metade, depois ir progredindo... (sem chumbos)... pois não possuo pistões de treino... seria o melhor mas não tenho....

Relativamente à oportunidade de fazer os "disparos", acho que deve ser sempre quando o cão está entusiasmado com a caça, e não em "seco", mas gostei muito do que aqui foi dito... Os meus parabéns aos participantes, pois estou a aprender muto sobre esta ciência que não é exacta.

Obrigado a todos...

Ora isso é que é importante: que o meu amigo tire partido das diversas opiniões aqui expressas. Apesar de algumas serem um pouco diferentes, nenhuma delas, a meu ver, deixa de poder ser bem sucedida. Acima tudo tenha muita paciência! Esse talvez seja o concelho mais importante que lhe posso dar.

ora bem...depois de ler estas respostas todas cheguei mesmo á conclusão que cometi vários erros. vou tentar remediar o caso com o breton e ver o que vai dar, talvez vá ficar com a setter na mesma e com o cão e tentar não cometer os mesmos erros. obrigado a todos pelas dicas. cumprimentos