Federação satisfeita com trabalho do MinistérioCaça “vive momento de recuperação”
O
presidente da Federação Nacional de Caça (Fencaça) afirmou este domingo
que o sector "vive um momento de recuperação" após a publicação esta
semana, no dia 27 de Abril, da nova lei das armas.
No
19.º Encontro Nacional de Caçadores, que decorreu hoje em Santarém no
âmbito da Expocaça, Jacinto Amaro afirmou que espera que haja "uma
inversão no decréscimo do número de caçadores" e apelou aos técnicos do
Ministério da Agricultura para que "oiçam mais os caçadores na hora de
decidir questões práticas como o calendário venatório".
Segundo
Jacinto Amaro, o sector da caça perdeu, nos últimos anos, cerca de 10
mil caçadores ao ano, sendo que na área do tiro desportivo houve uma
diminuição de 50 por cento no número de praticantes, devido sobretudo às
restrições impostas pela anterior lei das armas.
Elogiando
o trabalho do actual ministro da Agricultura e da sua equipa, o
presidente da Fencaça alertou para alguns problemas que ainda persistem
como o caso das licenças para o controlo de predadores em zonas de caça
associativa. Segundo Jacinto Amaro, nalgumas zonas do país está a ser
exigido "uma autorização especial", uma situação com a qual os caçadores
não concordam e que não era anteriormente exigida por se tratar de
zonas de caça associativa.
Jacinto
Amaro pediu ainda que haja um novo alargamento da época de exames para a
obtenção da carta de caçador, aludindo aos casos de alguns caçadores
portugueses que estão a ir a Espanha obter este documento porque no país
vizinho os exames decorrem quase todos os meses, ao contrário de
Portugal em que o período é limitado.
O
ministro da Agricultura, António Serrano, que participou neste
encontro, deixou o compromisso de que pretende manter o protocolo para a
criação de um fundo de caça e pesca, cujas verbas deverão ser cativadas
através dos valores pagos pelos caçadores ao Estado e depois
reencaminhadas para o apoio ao sector.
O
ministro recordou que os processos de criação deste fundo estão parados
por causa da demissão do Governo, mas que encontram totalmente
concluídos e prestes a ser enviados para promulgação do Presidente da
República.
O ministro referiu também
que já foi criado um grupo de trabalho no Ministério da Agricultura, em
conjunto com os agentes do sector, para a revisão do manual de exames
da carta de caçador, um exame que, após a nova "lei das armas", já pode
ser feito num ato único em simultâneo com o pedido de licença de uso e
porte de arma. António Serrano
garantiu ainda que a Direcção-Geral de Veterinária vai apoiar o sector
na questão da tuberculose dos javalis na zona da Beira Interior,
sublinhando a importância de "acantonar esta doença para que não se
transmita a outras espécies animais como os bovinos ou os ovinos".