Conhecido pela sua pele muito valiosa, esta espécie americana foi
introduzida em diversos pontos da Europa, incluindo o Norte de Portugal.
Está em expansão, podendo representar uma ameaça para algumas espécies
nativas de carnívoros.
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
O visão-americano, também conhecido como
vison, (
Mustela vison), é um pequeno carnívoro pertencente à
Família dos Mustelídeos. Possui corpo alongado, membros curtos, uma
testa pequena e achatada e uma cauda tufada que mede um pouco menos de
metade do comprimento total do animal. A pelagem é uniforme, de cor
castanha escura, quase negra, sendo os flancos e ventre mais claros que o
dorso. Tem uma mancha branca no queixo e garganta. Os olhos são
pequenos, arredondados e escuros e as orelhas são pequenas e redondas,
distinguindo-se mal do resto da pelagem. Uma vez que é semi-aquático,
possui algumas adaptações ao meio aquático: pelagem muito densa, suave,
espessa e impermeável (diferente no Inverno e Verão, sendo a primeira
mais longa e macia do que a segunda) e uma pequena palmura (membrana
interdigital) ao nível das patas posteriores, que favorece a propulsão
do animal na água.
O comprimento total do corpo varia entre os
30 e 47cm e a cauda entre os 13 a 23 cm (sendo os machos ligeiramente
maiores do que as fêmeas). Os machos pesam quase o dobro das fêmeas (de
0.68 a 2.3kg os machos e de 0.79 a 1.09 kg as fêmeas).
Pode-se confundir com o visão-europeu (que
não existe em Portugal), que é normalmente mais pequeno do que o
americano e que para além de ter o queixo e garganta brancos, tem também
o lábio superior desta cor.
DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
Foi deliberadamente introduzido em muitos
locais da antiga União Soviética. No resto da Europa, fugas de cativeiro
fizeram com que se estabelecessem populações viáveis no Oeste da
Islândia, em grande parte das ilhas Britânicas, na Escandinávia e
existindo núcleos populacionais em Portugal, Espanha, França, Bélgica e
Holanda. Actualmente na Europa esta espécie está em expansão.
Em Portugal pensa-se que terá sido
introduzido há menos de 50 anos. Até agora a espécie parece ocorrer
apenas na região da bacia do rio Minho e a sua presença está confirmada
no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Parece ser uma espécie pouco
abundante no nosso País, mas a população aparenta estar em crescimento.
ALIMENTAÇÃO
É um predador oportunista e consome as
presas mais abundantes e acessíveis. Alimenta-se principalmente de
pequenos mamíferos, peixes, anfíbios, répteis e lagostins. Também se
alimenta de insectos, vermes e pequenas aves. No Verão e no Outono, o
lagostim parece ser um item alimentar bastante importante.
MOVIMENTOS
Trata-se de um animal geralmente solitário,
que só procura os seus congéneres para se reproduzir. É principalmente
nocturno e crepuscular, mas pode por vezes estar activo durante o dia.
Concentra a sua actividade ao longo dos cursos de água e os seus
territórios têm entre 1 a 6 Km de extensão. Por noite pode deslocar-se
até 25 Km para procurar comida. É um excelente nadador, pode mergulhar
até profundidades de 5 a 6 m e nadar debaixo de água até distâncias de
30m.
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